2005-01-10



Na ponta dos dedos
batem as palavras sísmicas.

E a testa abre-se profusamente
à força do nome.

Digo: aquele que escreve infunde o prodígio,
respira ao cimo com a luz nos pulmões,
atravessa como se florisse nos abismos.



Tudo é ascendentemente cantando,

os dedos vêm de baixo e batem na voz,
curvam-se como ganchos à beira do nome.

Jorge Melícias
in A Luz nos Pulmões

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